SAUDADE

30-09-2017

Este deve ser o texto mais "cliché" que já escrevi aqui no blog mas, tal como outras centenas de alunos deslocados, eu própria começo a sentir o peso da palavra "saudade".

Tenho saudades do meu avô e de tudo o que envolve a sua presença. Tenho saudades da minha mãe, dos seus conselhos e das nossas conversas- discutimos como irmãs mas protegemo-nos uma à outra acima de tudo. Tenho saudades da minha irmã e dos seus sorrisos. Tenho saudades da minha avó, considero-a a mulher mais forte que eu conheço, a minha segunda (primeira!) mãe.

A saudade transparece em cada pessoa de forma diferente. Temos o direito de não querer demonstrar a nossa tristeza mas isso só propicia a que fiquemos ainda mais deprimidos e solitários. Sejam sinceros com as pessoas que vos rodeiam e se alguém vos perguntar como se sentem digam a verdade. Sentir saudade de alguém é revelar que preocupamo-nos, gostamos e sentimos falta.

Há dias em que não ligo à minha mãe. Não se trata de falta de saudades mas sim saudades a mais. Sempre ouvi dizer que "longe da vista, longe do coração". Passei dezoito anos a ver a minha mãe praticamente todos os dias e esta mudança requer algum tempo de adaptação. Às vezes, ficava um dia sem estar com alguém e dizia que já sentia saudades. Mal sabia eu que um dia não é nada em relação às dezenas deles que irei passar sem ver os meus.

Honestamente, os fins de semana são os dias que mais custam a passar. Um sábado passa tão rápido como uma semana inteira de aulas... Os colegas vão a casa, a cidade fica mais vazia e a minha família continua longe.

Todos os dias falo da minha ilha, da minha família, dos meus amigos e daquilo que tenho saudades. A quem está a estudar e tem o privilégio de estar perto da sua família: valorizem. A quem está na mesma situação que eu: valorizem ainda mais.

Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora