PERDAS

27-06-2018

"Deixar de possuir algo concreto ou abstrato: perder uma herança ou perder um amor;
Fracassar: não obter a vitória e sentir-se derrotado; 
Esquecer alguma coisa em algum lugar: perder as chaves num bar;
Desperdiçar: utilizar algo erradamente, como por exemplo, perder tempo no banco;
Passar a possuir menos do que tinha anteriormente: perder peso;
Deixar para trás: perder uma oportunidade incrível;
Chegar atrasado e não conseguir alcançar o pretendido: perder o avião;
Deixar de ver ou de ouvir alguém porque essa pessoa morreu: perder o pai;"

Sou só eu que começo a duvidar do valor dado às palavras que usamos diariamente? Começo mesmo a achar que nada do que tomamos como garantido é, na realidade, tão linear e exato como parece (ou parecia...). 

Ultimamente, parece que o tempo se está a esvair, a fugir por entre os meus dedos... Quem é que me garante que tudo "isto" não está próximo de um fim? Será que estou a viver o suficiente -seja lá o que for o suficiente- e não me arrependerei daquilo que estou a deixar para segundo plano? É verdade que não podemos viver e tomar as nossas decisões em função de "ses" e "talvez" e com base no futuro mas e se o futuro for curto?

Dou por mim a pensar que posso estar a "perder" tanta coisa... Perder. O que é isso? Sempre ouvi dizer que "perdemos umas coisas para ganhar outras" mas será isto realmente verdade? Porque não dizer que a perda em si é já um ganho? 

Perdemos bens materiais com uma facilidade tremenda (consoante o nosso grau de distração!); perdemos dinheiro sem repararmos; perdemos competições e jogos por pura falta de atenção ou falta de treino; perdemos amizades por motivos e/ou discussões parvas e sem nexo; perdemos familiares por questões de saúde. Estamos sempre a perder. E tudo o que advém dessas perdas? Consideramos sempre como "prémio de consolação" pela perda anterior mas eu acredito que são eventos já destinados. São ganhos que inadvertidamente ou não, consideramos adquiridos. 

Já perdi muito na minha vida mas também já ganhei tanto. Se existisse um jogo Perdas vs Ganhos as Perdas teriam participado em mais jogos mas os Ganhos estariam a ganhar (belo pleonasmo!) com uma vantagem insólita. Cheguei à conclusão que metade das vezes que perdi alguém foi para meu próprio bem e a longo prazo dei conta disso mesmo.

Sim, após uma perda -qualquer que seja- pensamos sempre que o nosso cérebro vai entrar em colapso e não conseguimos ver um futuro sem aquilo que perdemos mas na verdade, esse futuro tende a brilhar ainda mais. Façam-me o favor de tentarem olhar para aquilo que perdem como um futuro ganho porque, inevitavelmente, estão a abrir espaço para coisas novas. Para além disto, não duvidem daquilo que conseguem alcançar pois já dizia William Shakespeare que as "nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar". Costumam dizer que o medo de perder tira a vontade de ganhar; eu digo que a realidade de se perder faz-nos querer ganhar ainda mais.








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