GENTE

Gente. Pessoas. Ser humanos. Diferentes personalidades e aspectos. É tão difícil caracterizar uma pessoa. Estes últimos dias tenho me apercebido que há pessoas que cruzam a nossa vida por alguma razão e outras que a abandonam por razões contrárias. Honestamente, sinto-me plenamente bem em relação a ambas as situações. Há sempre uma razão para a partida de alguém e não nos devemos martirizar ou culpabilizar por situações que, muitas vezes, nos ultrapassam.
Há gente que vale o mundo e há outros seres que por muito que valham aos outros, não nos significam nada. Não somos todos obrigados a gostar das mesmas pessoas. É essa a beleza da vida e da singularidade que nos é dada. As pessoas, em geral, são seres fantásticos, estranhamente complexos e deveras surpreendentes. A capacidade que temos de interagir uns com os outros é, sem dúvida, maravilhosa. Temos controlo da nossa própria vontade e podemos avaliar e reavaliar quem quisermos. A sensação de que encontrámos a pessoa certa, isto é, A nossa pessoa (no momento) é reconfortante e para lá de espetacular.
A minha opinião sobre as pessoas, incluindo-me a mim mesma, é algo intransigente. Duvido muito que vá mudar por uns tempos. De facto, quando penso em pessoas, penso em desilusão e demasiada complicação para a minha vida. No entanto, ironicamente, eu gosto de gente enigmática e misteriosa o que confunde a minha situação visto que, desta forma, deparo-me com a complicação pura e genuína. Porque é que somos sempre (pelo menos eu!) "empurrados" para as pessoas que se assemelham connosco? Eu gosto de contrastes, de diferenças radicais que acabam por demonstrar semelhanças inesperadas. Ninguém imagina como é bom simplesmente conversar com alguém que não desmistifica tudo sobre si ao fim de uns dias. A incógnita permite uma constante procura. Esse é o meu tipo de pessoas. Gente que vale a espera.
Sempre ouvi dizer que a qualidade se sobrepõe à quantidade e definitivamente, nunca me arrependi das pessoas que escolhi conhecer. Há pessoas e pessoas. Existem aquelas com quem nos damos bem em situações do dia a dia e eventualmente, mantemos o contacto e depois há aquelas com quem criamos ligações que passam o chamado "normal" e fazem com que a "procura" se mantenha.
Admito que sou muito mesquinha com as pessoas que escolho e é perfeitamente aceitável que, muitas vezes, as escolhidas acabem por se desvanecer se o interesse não for mútuo. Nunca cheguei a uma conclusão sobre o meu modo de interagir e reagir com as pessoas. Há quem goste muito e há quem odeie. Infelizmente, às vezes crio expectativas em pessoas que não sentem o mesmo em relação a mim. Com o tempo e com experiência irei aprender a diminuir essas expectativas para que a "queda" não seja tão grande quando desiludo-me. Por enquanto, limito-me a continuar à procura de gente. Gente que valha a pena.